Alma-de-mestre

Alma-de-mestre

Espécie Marinha

Hydrobatidae

Hydrobates pelagicus

European Storm-petrel

Fenologia no ContinenteMigrador de passagem

Fenologia na MadeiraMigrador de passagem

Fenologia nos AçoresAcidental

Frequência de ocorrência

Continente

Madeira

Açores

Distribuição, movimentos e fenologia

A alma-de-mestre é uma espécie migradora de longa distância. Cerca de 90% da população mundial nidifica no noroeste da Europa (Ilhas Féroe, Reino Unido, Irlanda, Islândia), com pequenas colónias também em Espanha, França, Noruega, Itália, Grécia e Malta[8]. Este painho inverna no Atlântico Sul, nomeadamente ao largo da África do Sul. Alguns autores defendem a existência de habitat adequado para a reprodução em vários pontos da nossa costa[6], embora ainda faltem provas da nidificação desta espécie em Portugal. A maioria dos indivíduos que passa pelas nossas águas durante a migração provém provavelmente das colónias do noroeste europeu[2]. A migração ppré-nupcial desta espécie decorre desde o final da primavera até meados de junho[1]. Durante o inverno as poucas observações nas águas continentais da ZEE restringem-se principalmente à costa sul. No outono, a ocorrência de indivíduos desta espécie nas águas em torno da Madeira indicia que as aves utilizam também áreas mais oceânicas, voltando a utilizá-las, ainda que em menor número, na sua viagem para norte. A espécie é extremamente rara nos Açores, não se conhecendo registos recentes.

Abundância e evolução populacional

A população mundial está estimada em cerca de 1,5 milhões de indivíduos[3]. Apesar do número elevado de registos em Portugal Continental[4], e da espécie ter sido alvo de uma monitorização intensiva durante os últimos 20 anos[7][5], não existe nenhuma publicação que avalie a sua abundância e tendência nas nossas águas. É provável que uma parte considerável da população mundial passe pela ZEE nacional durante a migração.

Ecologia e habitat

É uma ave essencialmente pelágica que parece preferir a área marinha sobre a plataforma continental, não se afastando para zonas de mar muito profundo. Esporadicamente já foi observada muito perto de costa em alimentação ativa, quer no período noturno quer diurno[6]. Da sua dieta constam essencialmente pequenos peixes, lulas e crustáceos[1]. Em Portugal Continental, durante a migração pré-nupcial, alimenta-se principalmente de sardinha, mas também de outras espécies de peixes pelágicos e demersais, de cefalópodes e de crustáceos[5].

Ameaças e conservação

Embora as populações de alma-de-mestre estejam em declínio a nível mundial, não se considera que a espécie esteja globalmente ameaçada[8]. Em alguns locais, os principais fatores de mortalidade estão relacionados com a predação por espécies exóticas.

Referências

  1. del Hoyo J, Elliott A & Sargatal J (eds.) (1992). Handbook of the birds of the world. Vol. 1. Lynx Edicions, Barcelona, Spain

  2. Bolton M & Thomas R (1999). Northward migration of European Strom-Petrel Hydrobates pelagicus captured in Portuguese coastal waters in Actas do II Congresso de Ornitologia da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves. SPEA, Lisboa

  3. Brooke M (2004). Albatrosses and petrels across the world. Oxford University Press, Oxford, UK

  4. Catry P, Costa H, Elias G & Matias R (2010a). Aves de Portugal, Ornitologia do Território Continental. Assírio e Alvim, Lisboa

  5. Medeiros RJ (2012). The migration strategy, diet & foraging ecology of a small seabird in a changing environment. Ph.D thesis. Cardiff School of Biosciences, Cardiff University

  6. Poot M (2008). Nocturnal and diurnal nearshore foraging of European Storm Petrels Hydrobates sp.** along the Lisbon coast, Portugal. *Airo 18: 13-21

  7. Thomas R & Medeiros R (2010). Storm-petrels in Portugal: results from 2007- 2008 surveys. A Rocha Portugal Observatory Report for 2007-08. Associação A Rocha. Portimão, Portugal

  8. BirdLife International (2014). IUCN Red List for birds.