Gaivina-preta

Gaivina-preta

Espécie Marinha

Laridae

Chlidonias niger

Black Tern

Fenologia no ContinenteMigrador de passagem

Fenologia na MadeiraAcidental

Fenologia nos AçoresAcidental

Frequência de ocorrência

Continente

Madeira

Açores

Distribuição, movimentos e fenologia

A gaivina-preta nidifica na Eurásia e na América do Norte, invernando principalmente desde a costa ocidental africana até à África do Sul, e nas costas da América Central e norte da América do Sul, tanto do lado do Pacífico, como do Atlântico[2]. Em Portugal, é essencialmente migradora de passagem ao longo do território continental, oriunda de várias áreas de reprodução europeias, conhecendo-se casos recentes de nidificação pontual no Algarve[1]. As aves que passam no nosso país invernam sobretudo na costa ocidental africana[5]. A passagem pré-nupcial decorre em abril e maio, tendencialmente por terra[5], e a migração pós-nupcial começa a fazer-se notar desde finais de julho até pelo menos finais de outubro[1], sendo que em finais deste mês a maioria das aves já se encontra em águas mais meridionais[5]. No período pós-reprodutor, a espécie apresenta hábitos mais costeiros, sendo regular a sua deteção em meio marinho, sobretudo a partir de promontórios. Esta espécie é acidental nos arquipélagos da Madeira e dos Açores.

Abundância e evolução populacional

No território continental, a gaivina-preta é migradora de passagem pouco comum mas regular. Na migração pós-nupcial é geralmente mais abundante[1]. Normalmente é observada em pequenos grupos que frequentemente congregam desde meia dúzia a algumas dezenas de aves[1]. Na primavera, aquando de ventos de leste, a sua concentração pode aumentar bastante, sobretudo no Algarve, onde pode formar bandos com dezenas de indivíduos[1]. No arquipélago da Madeira, é conhecido apenas um registo nos últimos anos respeitante a um indivíduo da subespécie C.n.surinamensis, nidificante na América do Norte[3], enquanto que nos Açores, os poucos registos recentes efetuados durante o período pós-nupcial, que também incluem aves da subespécie acima referida, referem-se, na sua maioria, a aves de primeiro ano[7][4].

Ecologia e habitat

A gaivina-preta reproduz-se em habitats estuarinos e em zonas húmidas interiores. A espécie tanto pode migrar por terra como por mar[5], e durante este período encontra-se sobretudo ao longo da costa, tanto em ambiente marinho, como em estuários, lagoas costeiras, ETAR, salinas ou pisciculturas. Durante o inverno é uma ave essencialmente marinha.

Ameaças e conservação

As principais ameaças a esta espécie estão associadas ao período em que frequenta o meio terrestre, ocorrendo nos territórios de nidificação quando se encontra fora de Portugal, como a perturbação e a deterioração dos habitats de nidificação[2][6]. Não estão documentadas ameaças relevantes a esta gaivina nas águas portuguesas.

Referências

  1. Catry P, Costa H, Elias G & Matias R (2010a). Aves de Portugal, Ornitologia do Território Continental. Assírio e Alvim, Lisboa

  2. del Hoyo J, Elliot A & Sargatal J (eds.) (1996). Handbook of the birds of the world. Vol. 3. Lynx Edicions, Barcelona

  3. Jara J, Alfrey P, Costa H, Matias R, Moore CC, Santos JL & Tipper R (2010). Aves de ocorrência rara ou acidental em Portugal Relatório do Comité Português de Raridades referente aos anos de 2008 e 2009. Anuário Ornitológico 7: 3-71

  4. Relatórios do Comité Português de Raridades, ver Publicação – pág. 207

  5. Snow DW & Perrins CM (1998). The Birds of the Western Palearctic vol. 1: Non-Passerines. Oxford University Press. Oxford

  6. van der Winden J (2002). Disturbance as an important factor in the decline of Black Tern Chlidonias niger in the Netherlands. Vogelwelt 123(1): 33-40

  7. Birding Azores (2014). Birding Azores database.