Maçarico-galego

Maçarico-galego

Espécie Limícola

Scolopacidae

Numenius phaeopus

Whimbrel

Fenologia no ContinenteMigrador de passagem e invernante

Fenologia na MadeiraMigrador de passagem e invernante

Fenologia nos AçoresMigrador de passagem e invernante

Distribuição, movimentos e fenologia

A área de distribuição do maçarico-galego abrange zonas boreais, subárticas, estendendo-se até ao baixo Ártico da Eurásia e da América do Norte. A espécie inverna sobretudo em latitudes tropicais e subtropicais[3]. A maior parte dos maçaricos-galegos que passam por Portugal deverão ser provenientes da Islândia, da Escandinávia e da Rússia, invernando na África Ocidental[1]. Esta limícola pode ser observada em Portugal durante qualquer mês do ano, mas com maior predominância para os meses de passagem migratória, particularmente de abril, maio, agosto e setembro[1]. Durante o inverno, o maçarico-galego encontra-se sobretudo no sul do território continental e nas ilhas. Frequenta em maior número as grandes zonas húmidas, como a Ria Formosa ou o estuário do Sado, mas constitui uma presença regular ao longo do litoral rochoso aberto ao oceano, embora sempre em densidades baixas. Na costa, as aves desta espécie surgem amiúde isoladas, e só mais raramente em pequenos bandos.

Abundância e evolução populacional

A população invernante estimada pelo Projeto Arenaria[6] é de 88 a 92 indivíduos nas praias do continente, o que deverá representar cerca de um quinto a um terço das aves invernantes no território continental[1][4]. O efetivo dos Açores e da Madeira não é conhecido, mas os dados do Projeto Arenaria sugerem a presença de dezenas a escassas centenas de indivíduos nos arquipélagos nacionais. A população invernante em Portugal poderá ter conhecido um incremento ao longo das últimas três ou quatro décadas[1].

Ecologia e habitat

Em Portugal, os maçaricos-galegos frequentam sobretudo sedimentos arenosos em estuários ou “rias” (nas passagens migratórias também se encontram ocasionalmente em prados ou noutros habitats). Contudo, no litoral marinho apresentam forte preferência pelo intermareal rochoso, onde as aves são frequentemente observadas em alimentação ou em repouso[5]. Esta limícola alimenta-se de invertebrados, com destaque para pequenos caranguejos[2].

Ameaças e conservação

Não são conhecidas ameaças significativas para as populações de maçaricos-galegos que invernam ou migram através de Portugal.

Referências

  1. Catry P, Costa H, Elias G & Matias R (2010a). Aves de Portugal, Ornitologia do Território Continental. Assírio e Alvim, Lisboa

  2. Cramp S & Simmons KEL (eds.) (1983). The birds of Western Palearctic, Vol. III. Oxford University Press, Oxford, New York

  3. Delany S, Dodman T, Stroud D & Scott D (2009). An atlas of wader population in Africa and western Eurasia. Wetlands International, Wageningen

  4. Lecoq M, Lourenço PM, Catry P, Andrade J & Granadeiro JP (2013). Wintering waders on the Portuguese mainland non-estuarine coast: results of the 2009-2011 survey. Wader Study Group Bull. 120: 66-70

  5. Lourenço PM, Catry P, Lecoq M, Ramírez I & Granadeiro JP (2013). The roles of disturbance, geology and other environmental factors in determining abundance and diversity in coastal avian communities during winter. Marine Ecology Progress Series 479: 223-234

  6. Projeto Arenaria (2014). Monitorização da distribuição e abundância de aves nas praias e costas de Portugal