Pardela-de-barrete

Pardela-de-barrete

Espécie Marinha

Procellariidae

Ardenna gravis

Great Shearwater

Fenologia no ContinenteMigrador de passagem

Fenologia na MadeiraMigrador de passagem

Fenologia nos AçoresMigrador de passagem

Frequência de ocorrência

Continente

Madeira

Açores

Distribuição, movimentos e fenologia

A pardela-de-barrete reproduz-se no Atlântico Sul (no arquipélago de Tristão da Cunha; nidificando ainda em números muito reduzidos nas Ilhas Falklands/Malvinas) entre meados de setembro e finais de maio[6][5]. Após a reprodução inicia uma longa viagem em direção ao Atlântico Noroeste, alcançando a costa do Canadá, dirigindo-se posteriormente para leste, passando pelas águas do Reino Unido e da Península Ibérica[6]. A espécie ocorre em praticamente toda a ZEEportuguesa durante o verão e o outono. Existem relativamente poucas observações a partir de terra no Continente, devido ao comportamento marcadamente pelágico desta espécie[4]. No Continente e nos Açores, a pardela-de-barrete encontra-se mais perto da costa durante o verão. No outono, torna-se mais frequente em águas oceânicas, altura em que se desloca para sul em direção aos seus locais de reprodução[6]. Na Madeira, a pardela-de-barrete ocorre numa área muito ampla da ZEE ao longo do verão, enquanto que no outono, à semelhança daquilo que sucede nos Açores, é menos frequente dentro desta.

Abundância e evolução populacional

Brooke[1] estima que a população mundial de pardela-de-barrete deverá rondar os 15 milhões de indivíduos. É difícil averiguar que proporção ocorre em águas nacionais, existindo pouca informação acerca da abundância da espécie. Para o Continente, as observações documentadas mais relevantes são de 190 indivíduos ao largo do cabo Raso e de 57 indivíduos ao largo de Esposende, em agosto de 1980 e outubro de 2006, respetivamente[4]. No que diz respeito a registos de maior relevância para o arquipélago dos Açores, Moore[7] estimou que cerca de 28 000 indivíduos estariam presentes apenas no canal de São Jorge em agosto de 1990,e 400 a 2000 indivíduos ao largo da povoação do Nordeste, na ilha de São Miguel, no período de julho a agosto de 1990 a 1992. Observações efetuadas a partir das ilhas das Flores e de São Miguel referem a passagem de pelo menos 100 indivíduos por hora em meados de setembro [10]. Nos últimos anos, também na ilha da Madeira, a partir de Porto Moniz, têm sido avistados muitos milhares de indivíduos em passagem durante o mês de setembro[11].

Ecologia e habitat

A pardela-de-barrete é uma ave marcadamente pelágica que se alimenta principalmente de peixes e de cefalópodes capturados à superfície ou em mergulho[6]. Frequentemente também é observada a seguir as embarcações de pesca, aproveitando os restos de peixe rejeitados.

Ameaças e conservação

Esta espécie não se encontra ameaçada tendo em conta o seu grande efetivo populacional. O fator de mortalidade não natural mais importante para esta Pardela deverá estar relacionado com a captura acidental em artes de pesca[8][3] e a ingestão de plásticos[9]. A contaminação por metais pesados poderá constituir outro fator de mortalidade relevante[2].

Referências

  1. Brooke M (2004). Albatrosses and petrels across the world. Oxford University Press, Oxford, UK

  2. Barbieri E, Garcia CAB, Passos EA, Aragão KAS & Alves JPH (2007). Heavy metal concentration in tissues of Puffinus gravis sampled on the Brazilian coast. Revista Brasileira de Ornitologia 15(1): 69-72

  3. Bugoni L, Neves TS , Leite NO , Carvalho D, Sales G, Furness RW, Stein CE, Peppes FV, Giffoni BB & Monteiro DS (2008). Potential bycatch of seabirds and turtles in hook-and-line fisheries of the Itaipava Fleet, Brazil. Fisheries Research 90: 217-224

  4. Catry P, Costa H, Elias G & Matias R (2010a). Aves de Portugal, Ornitologia do Território Continental. Assírio e Alvim, Lisboa

  5. Cuthbert RJ (2005). Breeding biology, chick growth and provisioning of Great Shearwaters (Puffinus gravis) at Gough Island, South Atlantic Ocean. Emu 105 (4): 305-310

  6. del Hoyo J, Elliott A & Sargatal J (eds.) (1992). Handbook of the birds of the world. Vol. 1. Lynx Edicions, Barcelona, Spain

  7. Moore CC (1994). Transect counts of pelagic seabirds in Azorean waters. Arquipélago: Life and Marine Sciences 12(A): 111-116

  8. Perez JAA & Wahrlich R (2005). A bycatch assessment of the gillnet monkfish Lophius gastrophysus fishery off southern Brazil. Fisheries Research 72: 81-95

  9. Pierce KE, Harris RJ, Larned LS & Pokras MA (2004). Obstruction and starvation associated with plastic ingestion in a Northern Gannet Morus bassanus and a Greater Shearwater Puffinus gravis. Marine Ornithology 32: 187-189

  10. Birding Azores (2014). Birding Azores database.

  11. Birding Madeira (2014). Trip reports.